sábado, 15 de outubro de 2011

A banalização da política maringaense

Mesmo após toda a polêmica e pressão popular referente a proibição das casas geminadas em Maringá,a novela continua.Novela com tons cômicos e patéticos,prova disso foi a reação do vereador John Alves ao tirar a camiseta,num gesto desesperado e desrespeitoso á nossa casa de leis,forçando o presidente  da câmara a encerrar a tumultuada sessão.

Tal fato demonstra a banalização da política maringaense,onde o espaço público,lugar em que teoricamente seria a manifestação dos anseios populares se tornou o espaço regulado pelos interesse privados e particulares,o gesto do descamisado reflete os interesses explícitos que permeiam essa votação. Infelizmente,nossa querida cidade ainda vive sobre os mandos e desmandos do capital financeiro e da especulação imobiliária,tendo como aval algumas lideranças políticas da cidade .

Maringá,dessa forma,se mostra cada vez mais elitizada,segregadora e autoritária,e esse último item deve ser atentado,já que a sessão da próxima terça-feira (18/10) será acompanhada com reforços da Polícia Militar,á fim de que os “vândalos” (manifestantes) não comprometam a mesma. Mais um gesto de cidadania que é reprimido,e a manifestação da vontade popular é considerado como baderna quando assim convém.

O Executivo municipal reflete o quanto estamos longe de um verdadeiro ideal democrático em nossa cidade.

sábado, 25 de junho de 2011

A modernidade e o nosso turbilhão emocional


 Não sou psicólogo de formação,desse modo peço a “licença científica” para fazer uma análise de um “psicologismo cotidiano”,porém uma reflexão que julgo necessária em nossos tempo modernos.

 O fato é que vivemos imersos numa variedade de acontecimentos do dia-a-dia cada vez mais corrido que muitas vezes nos afasta de nós mesmos.Na vida moderna,competitiva e meritocrática,temos pouco tempo para assimilar nossas experiências individuais: que vão das dores,amores,percas, vitórias,progressos,amadurecimentos.Assim,atropelamos rapidamente o sabor de uma vitória,e até mesmo a assimilação de uma derrota que possa nos fazer crescer enquanto indivíduos,não valorizando uma promoção no trabalho,um aprendizado novo,ou os eternos encontros e desencontros que a vida nos impõe frequentemente,queremos sempre mais.

  Nesse círculo vicioso nos tornamos seres demasiadamente racionais,nos rendemos á um mundo capitalista dinâmico,que seguindo a velocidade da informação,muitas vezes não nos dá tempo para pararmos alguns segundos e contemplarmos os acontecimentos triviais.Sim,o “conhece-te a ti mesmo” como sugeria o grande filósofo,”fechar para balanço” os nossos débitos emocionais para continuarmos a saga da vida de maneira mais saudável e serena.Uma caminhada no parque ao entardecer,um minuto de silêncio e um copo de água pura antes de dormir,sem pensar nas metas e pré-ocupações do dia seguinte,ou uma pescaria que nos coloque próximo á natureza e nos livre momentaneamente da velocidade digital e da histeria de um trânsito caótico e intolerante.Lembrar de nossas origens e de nossos avanços é preciso.

 A verdade é que enquanto não notarmos a importância desses pequenos momentos,seremos engolidos por uma sociedade cada vez mais utilitária,mecânica,imediatista e desumana.Ao extremo nos tornamos marionetes de um sistema que cobra exacerbadamente nossas energias físicas e espirituais,é fato que não podemos parar no tempo,também é errôneo pegar carona da na sua fugacidade,desprezando as pequenas coisas da vida,que ao fim de tudo,são as que valem mais,e o que deixamos de nós para a posteridade.



                          

sábado, 16 de abril de 2011

Big Brother e a sociedade brasileira

"Antes as pessoas eram famosas por algo que fizeram.Agora, são famosas pela fama em si mesmas.Fama virou atributo moral nesse país.." ( Do filme "Ed tv" )

Refletindo sobre a "mobilização paralizante" que o Big Brother causa na sociedade brasileira,o fenômeno me intriga : Por quê programa como "esse" causa tanta impacto no público ? Ou,indo mais longe (ou nem tanto) usando um sociologismo "achista" nada empírico : O que o Bbb tem á ver com a sociedade brasileira ? Dada a tamanha identificação do programa com o público tupiniquim ?
 Primeiramente creio que o "bisbilhotar" o próximo e cuidar da vida alheia é algo muito comum em nossa cultura personalista,diferente de outras culturas mais centradas em si mesmo,e até individualista,como os japoneses.
Além da sexualidade explícita e sem maiores contrangimentos da emissora ao transmitir  cenas com conteúdo quase erótico em horários nem tão alternativos assim.Com certeza a sexualização precoce que presenciamos cada vez mais latente me nossos jovens,deve-se em grande parte pela "liberalidade demasiada" em que a mídia expóe seus conteúdos visando apenas o ganho da audiência,desporvida de qualquer padrão moral ou compromisso com a educação de seu público,somando-se ao fato de passar a imagem do sexo como algo pejorativo e o corpo como uma mercadoria a ser exibida e eventualmente até leiloada pela primeira revista masculina com fotos de nudez.
O programa reflete muito da era pós moderna em que vivemos,época em que é exaltado "o prazer aqui e agora",o lucro fácil a exposição da imagem e do estético sem uma análise de seu conteúdo,valores de uma sociedade imediatista e utilitarista guiada por um mercado de consumo que cada vez mais necessita de pessoas como produtos,para que assim divulguem produtos e lucrem com a lógica perversa de um capitalismo  humano apenas em sua aparência. Prova disso são personalidades dos "brother" criadas estratégicamente visando o público bestializado,assim sempre aparecem as cativantes ou os polêmicas,muitas vezes escondendo sua personalidade real ,já que sabem que estão sendo constantemente filmados para o grande circo armado que virou a televisão brasileira.
 Desse modo,há de se considerar que não existe espetáculo sem plateia,nesse sentido a audiência do programa é explicada pelo mesmo satisfazer as necessidades simbólicas de seus telespectadores. Não sei se podemos culpar o povo pelo consumo do lixo cultural,uma vez que esse historicamente não foi educado para pensar e sim para contemplar o que lhe é imposto,tanto na arte como na política,nos ordenamentos e nas várias esferas do mundo social. Num mundo capitalista da estética a e dos 15 minutos de fama (mais um pros comerciais) quem ganaha são as emissoras,os milonários anunciantes,e os "talentosos brothers",ou "heróis" como diz o apresentador,quem perde com certeza é a sociedade..

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Tiririca vai integrar Comissão de Educação da Câmara

Pior que estava ficou... e não diga que ele não avisou kk.. Ninguém segura esse país..

A ameaça silenciosa da intolerância



Nas últimas semanas acompanhamos as polêmicas que envolveram o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ),ocasião em que o parlamentar declara explicitamente seu preconceito contra  os negros e homossexuais,declarando ainda sua simpatia ao regime militar ,lamentando que o “erro” do regime se deu quando apenas torturou ao invés de assassinar seus opositores.

  As declarações causaram espanto e polêmica na mídia,contudo devemos atentar que o episódio não deve ser encarado como fenômeno pontual ,isolado ou apenas uma opinião radical visando os holofotes da imprensa a da opinião pública. O fato é que Bolsonaro apenas teve a coragem de dar voz ao que parte da sociedade brasileira  pensa,sente, mas não tem coragem de expor seu preconceito,muitas vezes nem a si mesmo,seria interessante questionarmos onde as pessoas escondem seus preconceitos ?

 Nesse sentido,creio que estejamos diante de uma ameaça preocupante,o preconceito velado e silencioso. Uma vez que na sociedade moderna que triunfou a declaração dos direitos humanos é bonito aos olhos dos outros o discurso “politicamente correto” ,a frase clichê : “não tenho preconceito algum”,que virou lugar comum á todos,mas que muitas vezes esconde seus meandros e sentidos reais. Esse episódio reflete a intolerância e a não aceitação do outro em nossa sociedade,um preconceito reprimido,anônimo e arraigado em nossa cultura que não suporta o “diferente” ,assim na sociedade competitiva e individualista não se tolera o sujeito que é diferente á maioria (ao que possui a cor diferente da nossa,a condição sexual,a etnia ou classe social).O  preconceito aos nordestinos na última eleição é exemplo notório,situação em que um grande número de jovens pregou publicamente o ódio aos nordestinos,os responsabilizando pelo resultado das eleições : “mate um nordestino e faça um Brasil melhor”, foi um dos posts que fizeram sucesso no twitter,ganhando muita adesão dos nossos jovens.

  Frases desse tipo denotam um tipo de preconceito diferente e talvez mais ameaçador que o convencional,o preconceito silencioso e velado ,que funciona como uma espécie de vulcão adormecido,aguardando apenas que um sujeito ou fenômeno o desperte. Podemos relacionar essa ilustração metafórica á uma sociedade que comporta elementos muito próximos ao nazi-fascismo em suas entranhas mais intímas,mas que é vivo e intenso como uma doença adormecida. Elementos anônimos e reprimidos por uma sociedade que se diz justa e igualitária. Seria este cenário mera semelhança com a da Alemanha nazista que se inflama após o surgimento de uma liderança raivosa que lhes dá identidade e orgulho de seus ideais apaixonados pela barbárie frente outros seres humanos ?

  E o mais impressionante é que estamos falando da sociedade brasileira,caracterizada comumente pela mistura e pela convivência “pacífica e harmônica da diferença”, a chamada “Democracia Racial” que mantém os negros ainda em condições desiguais na ascensão social,ou mesmo na terra do “Homem Cordial” receptivo,pacato e generoso por natureza,cordialismo esse em que jovens de classe média ateiam fogo num índio indefeso dormindo na calçada,ou que nos coloca num dos países com maior numero de casos de Bullying.  Sim,nossa sociedade,que  cria assassinos raivosos em escolas,assassino que também já foi vítima do Bullying,violência que é devolvida com intensidade á mesma sociedade que o agrediu simbolicamente.

   A verdade é figuras como Bolsonaro dão voz e identidade e orgulho á uma parte da sociedade brasileira colocando o dedo na ferida de nossa identidade nacional, identidade por sinal totalmente contrária ás aspirações democráticas,mas que paradoxalmente usa a democracia como meio de transmissão de seus conteúdos racistas,homofóbicos e autoritários. Enquanto elegermos políticos dessa linhagem estaremos longe de uma sociedade pluralista,igualitária e democrática.



                                              




terça-feira, 22 de março de 2011

Imprensa marrom

Por que as charges muitas vezes dizem mais de mil palavras..

Mídia golpista

Falando em mídia golpista,estava observando como nossa mídia local é combativa e "revoltada" com os traficantes apreendidos(os famosos peixes-pequenos no mundo poderoso do tráfico).Prato cheio para os pseudo-jornalistas locais (estilo Alborghetti,Datena com seu falso moralismo barato),descem a lenha em traficantezinhos periféricos de ponta-de vila que são presos com uma ou duas pedras de craque,como se esse fosse o "mal" originário de nossa sociedade cruel e segregadora .Obviamente esses meliantes de "pequeno porte" devem ser combatidos,pois é do micro que se constitui o macro,onde o pequeno certamente colabora com uma rede de relações maiores.
No entanto,observo que esses "peixes pequenos" são "pescados" estrategicamente,á fim de que se crie um mecanismo ideológico em prol da difusão de uma falsa noção no imaginário popular,de que por aqui a lei funciona,de que os crimonosos são presos ,de que a população está sendo representada,e de que o pote de ouro está no fim do arco-íris,como algo lindo,harmônico e funcional na "Dallas" brasileira.Sendo que na verdade se constutiu uma grande rede de proteção aos maiores bandidos de nossa cidade,em troca de beneficiamentos pessoais,patrocínios,carguinhos sujos,projeção política e mesmo puxa-saquismo vulgar constituído de uma dose cavalar de idiotia.Já os verdadeiros criminosos,os que originam de fato num contexto maior toda essa exclusão,estes sim estão protegidos.Sei que isso já é lugar-comum,senso-comum sociológico,no entanto os petralhas continuam livres,nós não.
Ah,e os figurões da mídia suja também.."Opa,tá falando com ele