terça-feira, 22 de março de 2011

Economia em tempos de alerta

Comumente ouvimos nos noticiários a ideia liberal de que a economia possui vida própria, jargões que soam ironicamente “o mercado está nervoso”, alertando para o “estado de espírito” do metafísico e quase espiritual mercado financeiro. Ou como diria o clássico economista Adam Smith ,devemos nos atentar á “mão invisível” que controla o mercado,como se essa não fosse regulada por decisões humanas, com seus interesses específicos e atitudes deliberadas.
Teorias á parte,remeto á esses conceitos para analisar a situação econômica atual da economia brasileira. Passada a efervescência dos anos anteriores,a mesma agora pede cautela.
Simpatizantes ou não da era Lula, os números são claros e inquestionáveis á respeito do desenvolvimento da nação neste período, demonstrando um grande impulso ás finanças que o país foi palco. Podemos citar como exemplo a oferta de créditos para as classes C e D ( forças motrizes da economia ) . Sim,nunca foi tão fácil adquirir casa própria,carro zero e cartão crédito,viajar de avião, o Estado em aliança com o empresariado,fazendo uma coalizão de interesses que beneficiou á muitos,os livros de história um dia falaram sobre isso.
O fato é que todo esse cenário de euforia e prosperidade econômica tem seu preço,como tudo na vida. Já que as “leis” do mercado não descansam,e começam a preocupar os brasileiros. Muito dinheiro circulando na praça,muita geração de emprego e renda que em demasia gera problemas,equação que pareça paradoxa e contraditoria,mas o fato é que muito progresso pode trazer colapsos. Tendo em vista que toda essa oferta de lucros e consumo consequentemente desvaloriza a moeda,fazendo rondar novamente a ameaça do fantasma da inflação,bem conhecida e temida historicamente por nós,e essa já demostra sinais,mesmo que timidamente.
Preocupado com um possível acidente finaceiro o governo toma suas medidas,como corte de custos,aumento de juros para controlar a consignação de crédito,suspensão de concursos federais,entre outras medidas emergênciais que visam “acalmar” o acelerado e ameaçador mercado financeiro.
    A grande problemática é a falta de conhecimento da população em relação á essas medidas. Nesse sentido já começam as primeiras críticas á presidente Dilma,que pegou a economia num momento de manobras perigosas,porém necessárias. É fato que não se deve culpar o cidadão-comum por muitas vezes conhecer minimamente esses raciocínios,já que historicamente nunca foi de interesse político instruir a população. O complicado é que a oposição usa essa “pisada no freio” como armadilha política e subverte o sentido real da “corrida”,como se fosse metaforicamente uma entrada no “pit-stop” para continuar bem a corrida do desenvolvimento.
Obviamente a população deve estar atenta para que os gastos e benefícios sociais não sejam cortados drasticamente,já que a economia precisa dos “pequenos”,que são maioria, e essa “minoria majoritária” que fazem movimentar as esteiras do capitalismo dos grandes banqueiros que estruturam questionavelmente nossa sociedade. Como vemos a economia é controlada por leis nem tão misteriosas assim,é humana,demasiadamente humana.

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